Filosofia Circular

sábado, 13 de outubro de 2012

Filosofia oriental

 


Por muito tempo a filosofia oriental andou junto aos mitos e religiões. Mas isso não significa o imobilismo das idéias , quando os primeiros gregos se perguntavam o que é o homem , já um colossal esforço de sistematização de doutrinas estava pronto, ou em adiantada elaboração em três outras regiões. Uma era a Mesopotâmia onde já em 4.000 a.C. assírios e caldeus estruturaram uma visão do mundo, que perdurou até Zoroastro propor um deus único e fazer uma reforma religiosa no atual Irã. A segunda é a Índia onde os textos dos Vedas (Livros do Saber) formaram mentes já em 1500 a.C. o hinduísmo, o bramanismo e o budismo vieram à tona. A terceira é a China, onde a dinastia Chang já introduzia transformações culturais em 1600 a.C. e onde depois se assistiu à expansão do taoísmo e à sistematização religioso-político-familiar de Confúcio, que moldou a sociedade chinesa dos séculos seguintes.
História do pensamento vol.1, Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, Brasil1987 Pág.4
Mesopotâmia
Nesta região da Ásia entre os rios Tigre e Eufrates (parte hoje do atual Irã e Iraque) surgiram não só inovações como a roda, a organização da agricultura e a engenharia hidráulica, mas também a primeira escrita (a suméria) de que se tem noticia. Cidades como Nippur, Uruk e Eridu já existiam em 3.000 a.C. com um comércio que cresceu regularmente e uma cultura que se estendeu a povos vizinhos e alcançou terras longínquas como a Índia e a China. É nessas primeiras células de vida urbana, numa área que depois floresceria Nivive e Babilônia que se origina um pensamento com maior grau de elaboração. A crença do Neolítico na deusa-mãe que personifica a fertilidade da terra desdobra-se em inúmeros cultos a divindades sobrenaturais que correspondem às forças da natureza.
O complexo sistema de divindades e crenças é depurado no século VIII a.C. por Zoroastro ou Zaratustra que numa nação ao sul da Pérsia ensina a existir um único deus, principio do bem, Ahura Mazda. Presente na mente de cada homem, ele luta constantemente contra Arimã o principio do mal, e cabe a cada ser agir corretamente para a vitória final do bem.
História do pensamento vol.1, Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, Brasil1987 Pág.5.
Índia
O primórdio da civilização indiana pertence a um passado remoto, mas o que se presta ao estudo, como cultura antiga principia com os arianos, que chegaram à região a partir de 1500 a.C.
Rudimentar no início, essa cultura amplia-se numa coleção de obras em sânscrito os livros dos Vedas. Em hinos épicos como Rigveda e outros, emergem idéias poderosas como a existência de uma ordem no universo, nos níveis de físico (rita) e moral (darma) e a necessidade de sacrifícios para conservá-la. Uma complexa liturgia do qual se encarrega à casta dos sacerdotes, auxilia nessa tarefa controlando a energia cósmica (brâman), princípio de todas as coisas e da qual dependem todos os acontecimentos do mundo. Os Brâmanas, livros dos mais importantes da literatura védica, ajudam assim a entender a evolução doutrinária da Índia Antiga, preenchendo um período que vai pelo menos até 850 a.C. e no qual tudo se faz sob o manto generoso e dominador do deus Varuna. Numa fase posterior, até aproximadamente 700 a.C. o pensamento indiano vai mais a fundo em suas abstrações e compõe outra grande elaboração filosófico-religiosa , os Upanichades. Esse termo significa “comunicações confidenciais” e sugere que boa parte dos muitos textos ali contidos é de difícil acesso a não-iniciados. Os Upanichades rompem com as idéias originais de divindade e vêem o brâman como espírito único da realidade, presente em tudo. Cabe ao homem purificar o seu atmã (este Eu, alma) para identificar-se com esse real eterno. Isto se faz através de sucessivas reencarnações, que se definem e dirigem por uma linha ou regra, o carma. Uma ardente convocação para ascensão espiritual está no Bhagavad-Gita (Canto do bem aventurado), o mais famoso livro sagrado do hinduísmo que por sua vez é apenas um episódio de um grande texto épico de 250.000 versos, o Mahabharata (Grande Índia).
Esse fulcro de idéias, onde se menosprezam práticas rituais e onde a salvação individual consiste em abandonar o ego e mergulhar numa essência universal, constituiu o jainismo ( fundado por Mahavira) e do budismo, ensinado por um ex-príncipe Sindarta Gautama, nascido em 556 a.C. num reio no norte da Índia, junto a fronteira do atual Nepal. Meditando, Gautama atingiu a iluminação e tornou-se Buda (Iluminado). Em seus ensinamentos até morrer com 86 anos em 470 a.C. ano em que Sócrates nascia, Buda propunha o esforço de cada um para livrar-se dos desejos, das ilusões e do individualismo para chegar ao nirvana cortando desse modo a cadeia de reencarnações que o levaria de novo a enfrentar doenças, sofrimento e morte.
História do pensamento vol.1, Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, Brasil1987 Pág.5,6.~çi9-=
China
Já no século XVI a.C. começa a vigorar no China a idéia de que o mundo é regido por forças misteriosas e de que cabe ao imperador intermediar entre o homem e Shang-Ti, a divindade celeste. A felicidade das pessoas dependerá da sabedoria desse soberano e das corretas consultas ao I Ching (o livro das mutações) um manual aconselha atitudes a serem tomadas. No cerne de cada situação, ou de cada ato, agem duas forças opostas (e, quando bem entendidas, são complementares: o ying e o yang). É curta, e inadequada, a visão de que esses pólos representariam o bem e o mal, luz e trevas, certo e errado, em eterna luta. Mais apropriado é entendê-los como a ação e a reação inerentes à natureza do homem. Esse conjunto de idéias está presente em duas correntes que, embora adversárias, tem raízes comuns na tradição chinesa: confucionismo e taoísmo. O primeiro fundado por Confúcio (551-479 a.C.), é uma sistematização ético-filosófica destinada a manter a estabilidade da nação.
O taoísmo despreza sumariamente valores socias, família ou governo. Tudo isso, mais desejos e egoísmo são artifícios passageiros, como prega Lao Tsé que se supõe ter vivido entre 604 a 531 a.C. em seu livro Tao Te Ching (livro do sentido da vida) ele fala do indefinível, Tao que é ao mesmo tempo meta e caminho algo que contém o ying e o yang, mas os transcende em uma harmonia superior.
História do pensamento vol.1, Editora Nova Cultural Ltda., São Paulo, Brasil1987 Pág.7.
Fonte: www.yongchunquan.wordpress.com

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