Filosofia Circular

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A tragédia do homem moderno




 
 O poeta, ensaísta e político tcheco Václav Havel (1936-2011), o último presidente da Tchecoslováquia e o primeiro presidente da República Tcheca, foi um dissidente do movimento comunista e um autor de peso contra o totalitarismo, mas foi acima de tudo um pensador e visionário  que estava interessado no amplo significado da vida humana. Como disse o jornalista Erich Follat, da revista Spiegel, “um homem que discute Deus e o mundo com o dramaturgo Tom Stoppard e o Dalai Lama e pode conversar com Frank Zappa e Mick Jagger é tudo menos um político de carreira convencional”. Nas frases selecionadas abaixo, Václav Havel mostra sua preocupação, visão e ativismo humanista e político sobre o homem e sua vida, principalmente sobre os aspectos contemporâneos de existência em sociedade, e inspira sucessores e a geração atual com sentimentos magnânimos, a inquietação reformista e a missão de elevar o destino do ser humano.
- “A tragédia do homem moderno não é que ele sabe cada vez menos sobre o significado da sua própria vida, mas que ele se preocupa cada vez menos.” (Cartas a Olga, 1988)
- “Quanto mais profunda é a experiência de ausência de significado – em outras palavras, de absurdo – mais energicamente o significado será buscado”. (“Disturbing the Peace”, 1986)
- “Continuamos sob o domínio da crença fútil e destrutiva de que o homem é o ápice da criação, e não apenas uma parte dela, e que, assim sendo, tudo lhe é permitido… Somos incapazes de compreender que o único sustentáculo genuíno de nossas ações – se elas forem morais – é a responsabilidade. A responsabilidade para com algo maior que a família, o país, a empresa ou o sucesso. A responsabilidade para com a própria essência do Ser, onde todas nossas ações estão indelevelmente gravadas e serão, apenas ali, corretamente julgadas.” (Discurso no Congresso dos Estados Unidos, em “Vampiro: A máscara”.
- “Não há diretrizes. Provavelmente não há nenhuma diretriz. A única coisa que recomendo nessa fase é senso de humor, uma habilidade para ver as coisas em suas dimensões ridículas e absurdas, a rir dos outros e de nós mesmos, um senso de ironia a respeito de tudo que pede paróida neste mundo. Em outras palavras, só posso recomendar perspectiva  e distanciamento. Atenção aos perigos maiores da vaidade e presunção, nos outros e em nós mesmos. Uma boa mente. Uma certeza modesta sobre o significado das coisas. Gratidão pela dádiva da vida e a coragem de assumir a responsabilidade por ela. Vigilância de espírito.” (discurso na Central European University, 1999)
- “Aqueles que dizem que indivíduos não são capazes de mudar nada estão apenas buscando desculpas”. (Anistia Internacional, 2011)
Fonte:  www.dharmalog.com

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