Filosofia Circular

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Simone de Beauvoir


A escritora, ícone do feminismo e filósofa integrante do movimento existencialista, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beuavoir, nasceu na cidade de Paris, na França, mais precisamente no boulevard du Montparnasse 103, no dia 9 de janeiro de 1908. Ela era a primogênita de duas irmãs, filha de um casal descendente de famílias tradicionais, porém decadentes. Seu pai era o advogado Georges Bertrand de Beauvoir, ex-membro da aristocracia francesa. A mãe era Françoise Brasseur, filha da alta burguesia. Em nome deste passado glorioso, os pais da moça optaram por convencê-la de que pertencia a uma esfera social elevada.

A escritora estuda inicialmente em uma escola católica privada, o Cours Désir, na qual permanece até os 17 anos. Sua inclinação literária é incentivada pelos pais, que cultivam em comum a paixão pelos livros. A mãe estimula a garota até mesmo a criar suas próprias histórias. Crescendo em um ambiente culto, ela se devota de corpo e alma aos estudos, impelida também por uma infinita vontade de descerrar os segredos do mundo.
Nesta instituição ela se torna amiga de Elizabeth Lacoin, também conhecida como Zaza, a qual exercerá uma influência definitiva sobre a personalidade de Simone, com sua irreverência e seu ceticismo quanto à Humanidade. A futura filósofa se torna mais atrevida, confiante e indisciplinada. Em 1929 sua família, em meio a uma crise financeira, se transfere para um endereço mais simples, na rue de Rennes. Nesta altura os conflitos entre Simone e seu pai crescem e, com quinze anos de idade, ela se declara descrente de Deus.
Sempre frequentando escolas particulares, Simone se gradua em filosofia, em 1929, e neste mesmo ano tem um encontro decisivo com o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, com quem manterá um relacionamento por toda sua vida. Mesmo determinada a ser escritora, a filósofa passa a lecionar para sobreviver. Na década de 30 ela conhece Raymond Aron, Paul Nizan, Pierre Guille e Madame Morel.
Ela atua em várias instituições escolares, de 1931 a 1943. Simone e Sartre criam, em 1945, o veículo Les Temps Modernes, de periodicidade mensal, na qual ambos produzem os principais textos. Nos anos 40 ela integra um círculo de filósofos literatos que conferem ao existencialismo uma coloração literária. No final desta década, em 1949, a autora lança sua obra-prima O Segundo Sexo, que logo se torna um clássico do movimento feminista.
Seus livros enfocavam os elementos mais importantes da filosofia existencialista, revelando sua crença no comprometimento do intelectual com o tempo no qual ele vive. Na obra A Convidada, de 1943, ela aborda a degeneração das relações entre um homem e uma mulher, motivada pela convivência com outra mulher, hóspede na residência do casal. Uma de suas publicações mais conhecidas é Os Mandarins, de 1954, na qual a escritora flagra os intelectuais no período pós-guerra, seus esforços para deixarem a alta burguesia letrada e finalmente se engajarem na militância política.
Simone publica diversos livros filosóficos e ensaios. Ela se dedica também a registrar suas experiências em extensas obras autobiográficas, que compõem igualmente um retrato da época na qual ela viveu. A autora revela também uma inquietação diante da velhice e da morte, eternizando esta preocupação em livros como Uma Morte Suave, de 1964, e Old Age, de 1970.
Em A Cerimônia do Adeus, de 1981, ela narra o fim da existência de Sartre, com quem ela sempre manteve um relacionamento aberto e controvertido, pois ambos cultivavam relações com outros parceiros, e compartilhavam as experiências adquiridas neste e em outros campos da existência, em função de um pacto estabelecido entre ambos. O filósofo acreditava que os dois, antes mesmo de constituírem um casal apaixonado, eram escritores; sendo assim, era necessário mergulhar na essência do Homem, o que só seria possível com a vivência de inúmeras experiências. Daí a idéia de viver o máximo possível e trocar entre si as vivências de ambos.
Com a morte de seu companheiro, em 15 de abril de 1980, Simone vê sua saúde se complicar, com o uso abusivo do álcool e das anfetaminas. Ela falece no dia 14 de abril de 1986, aos 78 anos de idade. Cinco dias depois ela é enterrada no cemitério de Montparnasse, junto ao seu amado Sartre.
Fontes
http://www.simonebeauvoir.kit.net/crono_1908_30.htm
http://www.cobra.pages.nom.br/ft-beauvoir.html

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