Filosofia Circular

quarta-feira, 10 de julho de 2013

SEM ÓCIO NÃO HÁ FILOSOFIA?

A filosofia, que tem suas raízes na Grécia Antiga, foi a ciência responsável por elaborar teorias diversas a respeito de temas tão comuns do cotidiano, como a existência, o sobrenatural, a morte, o homem.
Da Grécia antiga aos dias atuais, a filosofia continua sendo uma matéria fundamental para percorrer o conhecimento e explorar incessantemente aquilo que nos constitui. 

Trecho do filme O Mundo de Sofia
Ociosos. Os filósofos não fazem outra coisa se não discorrer sobre temas inúteis, questões que não os levam a lugar algum. Esse é posicionamento comumente observado por parte da sociedade leiga, em geral, a respeito daqueles que dedicam cota do seu tempo para o desvelamento do mundo. Pois não é filósofo quem precisa trabalhar arduamente para conseguir se alimentar, muito menos o é aquele que se engaja em dar soluções práticas para problemas iminentes.
A filosofia é uma arte necessária, imanente ao homem. Surge como uma necessidade, uma angústia que movimenta todo o processo racional, uma inquietação, uma desordem interna que nos coloca em total desespero. É frustrante.
No fundo há quem diga que os grandes filósofos da antiguidade – e há quem diga que só aqueles foram verdadeiros filósofos – não passaram de homens entediados com a vida, inventando coisas e sofrendo com seus demônios, consumindo o ócio em pensamentos dispersos.
E talvez não existam mesmo os tais filósofos, hodiernamente, já que a sociedade está tão complexa e revirada que, de qualquer modo, tempo para se pensar a fundo as coisas já não há. Mas não creio que isso se verifique, eles estão por todos os lados, elas, pois agora elas também filosofam e participam.

Falta, em verdade, a reflexão, que é própria da filosofia, acerca de temas que vem se tornando banais. A informação tem crescido de forma extraordinária, vários são os meios de divulgação, mas pouca é a capacidade racional e individual de se determinar em relação a essas informações. Não é por outro motivo que percebemos uma tendência de vulgarização da música, da arte em geral, da literatura, entre outros.
O que é uma boa música? O que é um texto literário? Questões assim merecem análises realmente profundas e filosóficas, ou então devemos aceitar que qualquer música é música e, sendo assim, digna de ser apreciada. Existe um erro tremendo nessa relativização dos conteúdos produzidos, pois perdemos gradativamente a capacidade de refletir acerca das coisas que nos envolve, daquilo que somos e daquilo que queremos ser.
O Mundo de Sofia é um romance publicado em 1991, de Jostein Gaarder, que também ganhou uma versão para o cinema. Um filme fantástico (já que não tive contato com o livro), revelador, instigante, profundo em cada detalhe. Trata-se de um guia filosófico, mas você, leitor, provavelmente já percebeu isso. A filosofia é um caminho sem volta, aproveite o passeio. 

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