A maior contribuição da civilização persa foi no campo da religião. Zoroastro,
que viveu de 628-55l a . c., fundou o zoroastrismo a religião dos persas.
Esta doutrina pregava o JUIZO FINAL e a vida eterna no paraíso para os bons.
Este princípio religioso influenciou o judaísmo e o cristianismo, que também
concebiam o julgmento final.
O zoroastrismo se tornou a força religiosa dominante no IRÃ; seu culto ainda
é praticado atualmente naquele país. Com a chegada do islamismo, a religião
quase desapareceu, embora existam muitos praticantes na Ásia e nos Estados
Unidos da América do Norte. Porém o grupo mais numeroso se encontra na Índia.
Os adeptos da religião são chamados de parses. Eles deixaram o Irã no fim
do século XIX e foram para a Índia. Estabeleceran-se na região de BOMBAIN.
A religião dos persas, tal como ensinada por Zoroastro, não permaneceu por
muito tempo em seu estado original. Foi corrompida principalmente pela persistência
de superstições primitivas, pela magia e pela ambição do clero. Quanto mais
a religião se estendia, tanto mais nela se enxertavam essas relíquias do barbarismo.
Com o passar dos anos a influência da crença de outras terras, particularmente
as dos caldeus, determinou novas modificações. O resultado final foi o desenvolvimento
de uma poderosa síntese na qual o primitivo sacerdotalismo, o messianismo
e o dualismo dos persas e combinavam como pessimismo e o fatalismo dos neobabilõnicos.
Desta síntese emergiu aos poucos uma produção de cultos, semelhantes em
seus dogmas, básicos, mas concedendo a eles valores diferentes.O mais antigo
dos cultos era o mitraísmo nome que se deriva de MITRA, o principal lugar-tenente
deA MAZD na luta contra as forças do mal.
Mitra a principio, era apenas uma divindade menor da religião zoroástrica,
encontrou finalmente agasalho no coração de muitos persas, como Deus mais
merecedor de orações. A razão desta mudança foi, provavelmente, a auréola
emocional que cercava os acidentes da vida. Acreditava-se que nascera num
rochedo, em presença de um pequeno grupo de pastores, que lhes trouxeram presentes
em sinal de reverência pela sua grande missão na terra. Passou então a sujeitar
os seres vivos que encontrava, conquistando e tornando úteis ao homem muitos
deles. Para melhor desempenhar essa missão, fez um pacto com o sol, obtendo
calor e luz para que as plantações pudessem florescer. O mais importante de
seus feitos, contudo, foi a captura do touro divino. Agarrando o animal pelos
chifres, lutou desesperadamente até força-lo a entrar numa caverna, onde em
obediência a uma ordem do sol, o matou. Da carne e do sangue do touro proveriam
todas as espécies de ervas, grãos e outras plantas valiosas para o homem.
Mal esses feitos foram realizados, Ahriman provocou uma seca na terra, mas
Mitra enfiou a sua lança numa rocha e as águas dela borbulharam. Em seguida
o Deus do mal mandou um dilúvio, mas Mitra mandou construir uma arca para
permitir a salvação de um homem com seu rebanho. Depois de terminado os seus
trabalhos, Mitra, participou de um festim sagrado com o sol e subiu aos céus.
No devido tempo voltará e dará a todos os crentes a imortalidade.
A herança deixada pelos persas, ainda que não tenha sido exclusivamente
religiosa, continham muitos elementos da natureza secular. A forma de governo
característica desse povo foi adotada pelos monarcas romanos de época avançada,
não no seu aspecto puramente político mas no seu caráter de despotismo de
direitos divino. Quando os imperadores como Diocleciano, Constantino I invocaram
a autoridade divina como base de seu absolutismo e exigiram que os súditos
se prostrassem na sua presença, estavam na realidade identificando o estado
com a religião como os persas tinham feito na época de Dario. São também discerníveis
traços da influência persa em certos filósofos helenistas, mas ainda aqui
essa influência foi essencialmente religiosa, pois se limitou quase inteiramente
às teorias místicas dos neoplatônicos e dos seus aliados filosóficos.
Fonte: www.filosofiahebraica.com
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