Filosofia Circular

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Simone de Beauvoir

 
  
Simone Lucie-Ernestine-Marie-Bertrand de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908. Forma-se em filosofia, em 1929, com uma tese sobre Leibniz. É nessa época que conhece o filósofo Jean-Paul Sartre, que será seu companheiro de toda a vida. Em 1945, ela funda, com Sartre, o combativo periódico Les Temps Modernes.Escritora e feminista, Simone de Beauvoir fez parte de um grupo de filósofos-escritores associados ao existencialismo - movimento que teria enorme influência na cultura européia de meados do século passado, com repercussões no mundo inteiro.

Em 1949 publica O Segundo Sexo, pioneiro manifesto do feminismo, no qual propõe novas bases para o relacionamento entre mulheres e homens. Os Mandarins é de 1954; nesse mesmo ano, Beauvoir ganha o prêmio Goncourt. Ela e Sartre visitaram o Brasil entre agosto e novembro de 1960; foram também a Cuba, recebidos por Fidel Castro e Che Guevara. Sempre tiveram marcada atuação política, manifestando-se contra o governo francês por suas intervenções na Indochina e na Argélia; contra a perseguição dos judeus durante a Segunda Guerra; contra a invasão americana do Vietnã e em muitas outras ocasiões.

Simone de Beauvoir morreu em Paris, em 14 de abril de 1986. Entre seus muitos livros, vale ressaltar O Sangue dos Outros (1945), Uma Morte Muito Suave (1964) e A Cerimônia do Adeus (memórias da vida com Sartre, 1981)
Fonte: www.uol.com.br

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Alteridade


 Algo a respeito do qual se pode falar em Levinas não diz respeito somente à dimensão da responsabilidade por outro ser humano – dimensão ética –, mas também à dimensão da “alteridade”. Alteridade é diferença e, nas relações, diz-se que é a capacidade de colocar-se no lugar do outro, ou, nas palavras de Frei Beto, é “ser capaz de apreender o outro na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença. Quanto menos alteridade existe nas relações pessoais e sociais, mais conflitos ocorrem. A nossa tendência é colonizar o outro, a partir do princípio de que eu sei e ensino para ele – ‘ele não sabe; eu sei melhor e sei mais do que ele’”. É sobre esse “colonizar o outro” que podemos pensar.
                Para muitas pessoas é realmente difícil a percepção de um outro modo de ser e de executar tarefas. Existe assim a tendência de absolutizar o modo pessoal de ser, pensando ser este o único e correto modo de encarar o mundo e lidar com as situações. Levinas afirma que “toda forma de totalidade é violência”, ou seja, toda vez que desejamos colonizar o outro por meio da imposição de regras e pensamentos que são nossos e maneiras de fazer as coisas estamos praticando uma atitude de violação com respeito a esse outro. E é costume nosso agirmos desse modo, quando, na verdade, podemos mostrar a esse outro uma nova perspectiva sobre a vida, uma maneira diferente de agir em relação a ela, por meio do carinho, do amor e até mesmo da presença atenta e ouvinte. Permitir que esse outro exponha o que pensa sobre a vida e deixar que ele aja à seu modo é realizar o respeito à sua dignidade, à sua alteridade, assim como temos a nossa. Ora, não foi assim que agiu Jesus? Ele foi alguém que esteve cercado da maior diversidade imaginável e das “alteridades” mais curiosas possíveis, a exemplo do impulsivo Pedro.
                Penso que tudo isso aqui escrito deva ser somente o impulso para pensarmos acerca da dimensão da alteridade, tão importante nas relações e com a qual temos tanta dificuldade. A reflexão sobre a alteridade deve permear casamentos, relações pais e filhos, relações de amizade e até mesmo relações de trabalho. O outro que nos cerca é alguém diferente de nós em tudo: em sensações com o mundo externo (tato, olfato, paladar, audição e visão), em sensibilidade, no modo de perceber as coisas, etc. e não um objeto ao qual podemos impor formas de pensar, de fazer coisas e de ver a vida. Podemos auxiliar na mudança de pessoas, mas somente se essas nos solicitarem e se percebermos nelas a abertura para tal e não porque nós tenhamos nos “enervado” com a alteridade das mesmas.
                A alteridade nos conduz a compreender a presença de Deus no outro a partir da mudança de nosso olhar para esse que é tão diverso do “eu”. Nesse sentido, e até conforme reafirma Emmanuel Levinas em seus escritos, o outro constitui epifania do divino, isto é, sua manifestação, sua imagem, e devemos respeitá-lo e enxergá-lo enquanto tal! Deus deve ser a imagem vista no rosto do outro, isso, de tal modo que olhando para ele sejamos conduzidos a servi-lo, compreendê-lo e suportá-lo em amor. Pensar o outro assim, nos conduz à dimensão ética, que é a da responsabilidade, do envolvimento para com esse outro.
Fonte: www.filosofianocaminho.blogspot.com.br

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

JESUS FOI OU NÃO UM FILÓSOFO?


 
 Uma das coisas que se aprende nas disciplinas de FILOSOFIA ministradas nos cursos como PEDAGOGIA por exemplo é o de que JESUS não é reconhecido como FILÓSOFO. Nesse caso vale a pena ver-mos o que é filosofia segundo a WIKIPEDIA.

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente «amor à sabedoria») é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem.[1] Ao abordar esses problemas, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentos racionais; por outro lado, diferencia-se das pesquisas científicas por geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação lógica, a análise conceptual, as experiências de pensamento e outros métodos a priori.
Baseado nesse conceito vejamos.

1 - A filosofia de Jesus refere-se ao estudo de problemas fundamentais relacionados à existência? EVIDENTE QUE SIM. A existência nesse mundo e no mundo espiritual.

2 - A filosofia de Jesus refere-se ao estudo da verdade?
EVIDENTE QUE SIM. "EU SOU O CAMINHO A VERDADE E A VIDA". Eram suas palavras.

3 - A filosofia de Jesus trata dos valores morais?
COM TODA CERTEZA, com muito mais profundidade do que nenhum outro.

4 - A filosofia de Jesus trata da mente?
Sim. EU VOS DEIXO A MINHA PAZ. Não vo-la dou como o mundo a dá. É o melhor tratamento para a mente que existe.

5 - Os argumentos são racionais?
A prática demonstra que sim. Como poderia existir esse mundo como hoje temos o conhecimento que existe se não existisse Deus?

6 - A filosofia de Jesus diferencia-se dos métodos científicos por não se utilizar de experimentações empíricas?
Mais uma vez respondemos que sim. É preciso ter fé em uma filosofia racional. como a FILOSOFIA.

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 O que é a vida?


Nós possuímos uma alma?

O que é uma alma?



Perguntas como estas podem ser encontradas facilmente em qualquer bom livro de filosofia, e as diversas correntes de pensamento que surgiram na história tentaram e tentam esclarecer estas questões.



Platão já nos dizia 400 anos antes do nascimento de Cristo sobre uma Inteligência Universal, superior a tudo o que existe de material, algo metafísico. Chegando a se questionar se tudo o que existe de caráter físico e mecânico não sejam apenas causas a serviço de outras causas mais elevadas. Partindo então para uma orientação metafísica, mais espiritualista do que materialista. O que ficou caracterizado como uma "segunda navegação platônica", posto que a primeira era fundada em questões voltadas a explicação de uma filosofia naturalista. Partindo destas duas premissas filosóficas, matéria e espírito, corpo e alma, que em uma primeira visão aparecem completamente independentes, mas que analisando com mais cuidado, verificamos que estão interligadas assim como o software está para o hardware, ou como a luz está para a visão. Chegamos à conclusão de que seria impossível falar e entender o cristianismo, desde sua origem até o momento em que ele se encontra em seu estágio atual, se não levarmos em consideração a natureza da alma humana. Ou até mesmo negá-la.



Se, portanto, existe uma alma, esta deve ter uma origem que não é material, regido por regras não humanas, não materiais, mas regras de natureza divina, espiritual, em um nível elevado demais para ser percebido por qualquer um de nossos sentidos meramente humanos, sentidos que se encontram por demais relacionados a carne, e portanto, físicos. Sendo assim, inegavelmente, admitindo a existência de uma matéria de origem divina, estamos admitindo a existência de um Deus, um ser perfeito, superior e capaz de produzir o que nós é conhecido como Vida.




Sem isto estar primeiramente resolvido dentro do homem, é muito difícil a ele aceitar a idéia da filosofia do cristianismo, que encara de forma direta e aberta a estas questões espirituais, e incorre diretamente em suas necessidades e atribuições. Por outro lado, estando isto em completo questionamento, dentro da mente humana, pode o homem correr em busca de uma resposta a sua angústia existencial, e servir-se do cristianismo como uma âncora a estas angústias, ou como um tapete para onde ele pode varrer para baixo todo e qualquer temor que possua de sua passagem por esta vida e o que acontecerá a ele quando não mais existir fisicamente.

Jesus, disse certa vez: "Se seus líderes vos dizem: ‘Vejam, o Reino está no céu’, então saibam que os pássaros do céu os precederão, pois já vivem no céu. Se lhes disserem: ‘Está no mar’, então o peixe os precederá pelo mesmo motivo. Antes, descubram que o Reino está dentro de vocês, e também fora de vocês. Apenas quando vocês se conhecerem, poderão ser conhecidos, e então compreenderão que todos vocês são filhos do Pai vivo. Mas se vocês não se conhecerem a si mesmos, então vocês vivem na pobreza e são a pobreza". Esta idéia podemos relacionar diretamente com a mensagem de Aristóteles, que fora mestre de Platão: "Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo."


O que Jesus queria, era mostrar-nos que a verdade, ou o Reino dos Céus, está dentro e fora de nós, ao mesmo momento, pois nada existe independentemente, tudo está interligado, e o que precisamos é apenas tomar consciência de que fazemos partes deste todo, portanto, fazemos parte do Reino dos Céus, pois somos todos filhos de Deus Pai. Esta verdade tão simples, é demonstrada, por exemplo, na parábola em que Jesus fala sobre a alegria de uma mulher por ter encontrado um moeda que havia perdido, ela sai e chama os vizinhos para que se alegrem por ela por ter encontrado algo tão simples e que sempre esteve por perto dela. Jesus nos afirmava que todos nascemos com esta verdade, uma espécie de conhecimento inato, que é deturpado pela dureza materialista do pensamento humano em nosso processo de crescimento. "Somente quando fizerdes como uma criancinha entrarás no Reino dos Céus". Dentro desta filosofia a natureza está intimamente ligada a existência humana, "olhai para os lírios do campo, vejam as aves que não ceifam e nem colhem". Deus Pai nos prove através desta natureza tudo o que precisamos de alimento, seja ele material ou espiritual, pois "se teu filho lhe pedir um peixe, por acaso daria você uma serpente", e assim sendo, "se tu que és mal sabe dar boas coisas a teu filho que dirá de teu Deus Pai que está nos céus". Assim sendo Jesus minou a mente de seus seguidores com palavras de ordem e sabedoria que não citavam violência, mas o amor ao próximo, e não apenas entendendo como próximo os seus parentes e amigos, mas também aqueles que lhe são estranhos e até mesmo os seus inimigos, "ofereça a outra face". E assim como Sócrates, Jesus foi morto por divulgar idéias revolucionárias a seu tempo, levando o temor àqueles que detinham o poder em sua época sobre o quanto e até que ponto isto poderia influenciar as massas e por em risco o seu domínio.


Pois para Jesus não haviam distinções entre nacionalidades, religiões, castas ou qualquer outro tipo de divisão social que poderia existir em seu tempo, para ele tanto um soldado do império romano, quanto um judeu ou uma samaritana, todos tinham o mesmo direito perante o Espírito Santo.


Podemos então citar quatro pontos básicos da filosofia de vida pregada por Jesus em seus ensinamentos,
1-Todos somos iguais perante Deus,
2-Devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos,
3-Não devemos nos preocupar com o dia de amanhã, pois Deus Pai nos proverá de tudo o que necessitarmos,
4-Nossa alma existe e é IMORTAL, e dependendo de nossa tomada de consciência, encontrará repouso eterno no Reino dos Céus.
Fonte: www.filosofiaetecnologia.blogspot.com.br

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O que os filósofos disseram sobre o fim do mundo

 
 Pois é, dizem que o mundo vai acabar! Culpa de Prometeu, que roubou fogo divino e entregou nas mãos dos homens (e ainda querem culpar Pandora). Apolo e as Musas inspiraram-me a escrever esta série (que Minerva vos auxilie). Além disso, Plutão (Hades) liberou as sombras mais ilustres que vivem no Érebos para que pudessem falar um pouco acerca disto:
Pitágoras
Se o mundo é par não acabará e se ele for impar acabará.
Heráclito
Tudo é devir. Por isto o mundo sempre acaba, não se pode viver no mundo duas vezes.
Crátilo
Tudo é devir. Por isto o mundo nem sequer chega a existir, não se pode viver no mundo nem uma vez.
Parmênides
O mundo não vai acabar, porque este mundo nunca foi real, pois só o ser é l, o resto é aparência ilusória dos sentidos.
Zenão
Para que o mundo acabe seria necessário percorrer um caminho infinito. Se o mundo acabar é porque não é real, não passa de aparências ilusórias.
Um sofista qualquer
Não desesperem, os homens mais fortes superarão o fim do mundo. Se me pagarem eu ensino como.
Sócrates
Tudo quanto sei é que nada sei sobre o fim do mundo. Você que é a personificação da própria inteligência, poderia me dizer como o mundo acabará?
Platão
Este mundo pode acabar, mas as idéias deste mundo são eternas, tudo que existe são cópias perecíveis delas.
Aristóteles
Todo algo que existe é algo que um dia acabará
O mundo é algo que existe
Logo, este mundo é algo que um dia acabará
e
Dado este mundo, não se pode atribuir a ele o atributo de que ele acabará ou não acabará ao mesmo tempo.
Epicuro
Não ligue para o fim do mundo, viva uma vida de prazer.
Pirro
Não compreendi! O que é o mundo? O que é acabar? O mundo existe? Aliás, você existe? Fiquem calados! Não podemos saber nada.
Agostinho
Já estava escrito que este mundo iria acabar. Creiam que o mundo irá acabar para que entendam que o mundo irá acabar.
Descartes
Se eu pensar, logo o mundo não acabou.
Pascal
O mundo vai acabar, faça já as suas apostas. É melhor crer que o mundo não vai acabar, porque se ele acabar não vai perder nada, porém se ele não acabar, você não será chamado de tolo.
Newton
O mundo continuará existindo até que uma força exterior acabe com ele.
Leibniz
O mundo acaba! De qualquer forma este é o melhor de todos os mundos possíveis.
Voltaire
O mundo irá acabar, vejam como este é o melhor dos mundos possíveis!
Hume
Não há nenhuma razão para que possamos crer que o mundo irá acabar.
Berkeley
Toda vez que dormimos o mundo acaba.
Kant
Se o mundo vai acabar é impossível que um dia saibamos. Tudo que conhecemos são fenômenos não a realidade em si.
Schiller
Sintam a beleza do fim do mundo. Pois este mundo racional é indigno de nossa existência.
Hegel
O fim-do-mundo é idêntico ao não-fim-do-mundo.
Kierkegaard
Para quem está morrendo hoje, não interessa o fim do mundo, e para quem está vivo, do que adianta saber sobre o fim do mundo, se um dia todo homem vai morrer mesmo?
Schopenhauer
Só assim para o sofrimento acabar e colocar um fim no acasalamento humano.
Nietzsche
Se Deus morreu, por que o mesmo não aconteceria com o mundo?
e
O mundo acaba eternamente.
Marx
Eu não disse que a comunidade socialista iria triunfar?
Freud
O fim do mundo é uma obsessão do homem neurótico.
Darwin
O mundo terá um fim desde que não se adapte ao meio.
Comte
O fim do mundo nunca será um fato verificável.
Heidegger
O homem tudo bem, mas o mundo? Não sabia que o mundo era um ser-para-a-morte!
Camus
Eu sabia que a peste iria acabar com o mundo.
Sartre
Se o mundo vai acabar ou não, não faz sentido, tudo é absurdo.
Inteligência artificial intelectual (filósofo do futuro)
Você tem alguns minutos para fazer um backup antes que o mundo acabe.
Ops! Tem um erro aqui, nunca estive no Hades, nunca estive no Hades, nunca estive no Hades…
Este texto foi escrito como uma paródia de um texto humorístico que circula pela internet sobre as manchetes acerca do fim do mundo.
Fonte: www.ateus.net

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A maldade humana


  
Os seres humanos se diferenciam muito dos animais irracionais, mas esta diferença não é só porque são inteligentes e seus irmãos menores têm apenas instintos. A diferença principal é catastrófica, está na maldade. Nunca vimos ou ouvimos falar de um animal torturar o outro para arrancar dele informações. O seres humanos sim, estamos cansados de saber como eles agem quando são feridos em seus interesses. Já pensaram nos aparelhos maquiavélicos de tortura usados na idade média nas prisões do santo oficio? Já viram falar das torturas que foram e continuam sendo aplicadas por ditadores sanguinários por todo o planeta terra, já viram noticias sobre as torturas de islâmicos com acusações de blasfêmias, já viram falar sobre perseguições políticas, perseguições religiosas, perseguições por racismo?
Todos sabem dos massacres de índios americanos executados por tementes a Deus, portadores de Bíblia embaixo do braço, estes mesmos que se enveredaram seu ódio contra os pobres negros indefesos. Já viram falar na ku klux klan e suas barbaridades praticadas? Todas estas atrocidades cometidas pelos humanos, dão aos nossos irmãos menores uma graduação de qualidade muitas vezes superior. Os humanos ainda dizem com toda cara-de-pau, nós somos a imagem e a semelhança do criador. Ora onde está a coerência desta afirmação? Por que nós temos o privilegio de estarmos  no patamar mais alto? Será porque somos inteligentes? Mas inteligência não dá aos seres humanos nenhuma qualificação automática de bondade, de amor, de solidariedade, e de justiça. Inteligência só faz aumentar seu poder de fogo para explorar, atacar, torturar, massacrar e até matar seus semelhantes.
Tenho um pensamento funesto, que gostaria que não fosse verdade, mas me parece que a maldade humana, não foi criada pela Bíblia Sagrada, mas certamente foi por ela estimulada, porque neste livro existem muitos relatos de matanças, de extermínio de populações inteiras.
Seguem alguns exemplos: leiam em deuteronômio, 7-1-6,13-15-16 ordem de Deus para matança e extermínio total, até animais foram sacrificados. Em Samuel 1-15:3, outro extermínio, segundo livro de Samuel, 24:15 (quanta bondade) e assim segue em muitos exemplos pelo livro todo, quem tiver dúvidas é só ler a Bíblia, mas ler com vontade, sem nenhuma interferência de pastores ou padres, assim poderá encontrar as incoerências de um Deus que se diz bondoso e justo. Se não quiserem perder tempo procurando entre capítulos e versículos, vá direto a Google digite  (Robert Green ingersoll ), é um pensador americano do século 18, lá pode ser lido todo trabalho de pesquisa deste pensador sobre a Bíblia.
Fonte:  www.irreligiosos.ning.com

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A natureza humana

 
 A atitude natural (que engloba tanto a atitude científica como a de senso comum) considera as coisas como existentes em si mesmas, independente de suas relações com a consciência. Todo objeto, no entanto, será sempre um objeto para uma consciência e nunca um objeto em si, pois só saberemos da existência dele a partir do momento que ele aparece para uma consciência, seja ela nossa ou não.
A consciência é desse modo não uma interioridade psíquica, mas sempre se remete ao mundo que faz referência. O interesse não é o mundo que existe, mas o modo que o mundo se dá e se realiza para cada pessoa.

Na ciência moderna o conhecimento avança pela especialização, tornando-se mais rigoroso quanto mais restrito e objetivo for. Um conhecimento objetivo e rigoroso que não tolera a interferência dos valores humanos. Entretanto, o homem, por mais neutro que procure ser, estará sempre fazendo um juízo de valor.
A explicação científica dos fenômenos é a autojustificação da ciência como paradigma central em nossa sociedade. Nesse sentido, todo conhecimento é um autoconhecimento.
Boaventura de Sousa Santos, um dos mais importantes sociólogos contemporâneos, alerta que: Cada método é uma linguagem e a realidade responde na língua em que é perguntada. Só uma constelação de métodos pode captar o silencia que persiste entre cada língua que pergunta”.¹
A consciência é intencional, pois sempre será a consciência de alguma coisa, representada pelo significado que se dá a cada objeto. Não podemos nos livrar da subjetividade e ver as coisas como realmente são, de forma neutra, como não podemos acreditar cegamente no que o mundo oferece. O mundo é a estrutura de sentido, contexto de significação e sempre historicamente em movimento.
Taxonomias são restrições das possibilidades de relação do homem. O que diferencia um neurótico de um homem “normal” é que o neurótico está restrito ao que o caracteriza como tal, fechado a possibilidade do existir “normal”. Classificações não podem ser tomadas como entidades em si mesmas, como abstrações científicas, mas devem ser vistas dentro da situação relacional específica.
Características pessoais são expressões parciais da forma que o indivíduo constrói o seu mundo
O ser humano não é apenas uma máquina auto-reguladora, armazenadora de dados em busca de sobrevivência. Tampouco é um animal hedonista em busca de simples satisfação pessoal. O indivíduo é um ser consciente, capaz de fazer escolhas das quais resulta o sentido de sua existência.
Abandonando a objetificação do ser humano, pode o homem refletir sobre si mesmo, desafiando e superando seus conflitos internos, construindo o seu próprio bem-estar.
O título deste texto é intencionalmente incorreto. Não há natureza humana, pois toda natureza é humana. Quando Pedro fala de João, a gente descobre mais sobre Pedro do que sobre João. Quando um homem conta sua visão de mundo, conta sua visão de si mesmo.
  Fonte: www.deldebbio.com.br
 
Referência
¹ Um Discurso sobre as Ciências. Boaventura de Sousa Santos

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Descobertas esculturas astecas que mencionam guerra cósmica

 
Um total de 23 placas de pedra, de aproximadamente 550 anos atrás, foram descobertas por arqueólogos na frente do Grande Templo de Tenochtitlan na cidade do México, com esculturas que ilustram os mitos Aztecas, inclusive o nascimento do deus da guerra Huitzilopochtli.

As esculturas em pedra focam não só nos mitos astecas do nascimento de Huitzilopochtli, mas também no início da Guerra Santa.

Raul Barrera, do Instituto Nacional de Antropologia e História disse que as placas foram “colocadas com suas faces apontadas na direção do que era o centro do adoratório de Huitzilopochtli e podem datar da época do quarto estágio da construção do Grande Templo (1440-1469)”

Os astecas eram belicosos e profundamente religiosos, e construíram inúmeros monumentos, inclusive o famoso Templo Mayor, aonde hoje é a Cidade do México. Seu império abrangia muito da parte central do México até que foram expulsos pelos espanhóis em 1521.

Os achados são de grande valor arqueológico, porque esta é a primeira vez que tais peças foram encontradas no solo sagrado de Tenochtitlan e podem ser lidos “como um documento iconográfico que narra certos mitos daquela civilização antiga,” disse Raul Barrera.

A batalha cósmica

De acordo com o mito do nascimento do deus da guerra, a deusa da Terra e Fertilidade, Caotlicue, foi magicamente engravidada por uma bola de penas que caiu sobre ela enquanto estava varrendo um templo, e subsequentemente ela deu a luz aos deuses Quetzalcoatl e Xolotl, bem como Huitzilopochtli. Esta gravidez deixou seus filhos zangados, os quais viam o fato de seu pai ter sido uma bola de penas algo vergonhoso. Assim 400 guerreiros do sul do México e a deusa Coyolxauhqui decidiram subir a montanha Coatepec, onde Coatlicue vivia e matá-la. Porém, Huitzilopochtli sai completamente armado do útero de sua mãe quando ouve a respeito do plano.

A lenda sobre o começo da Guerra Santa cósmica diz que durante a jornada dos guerreiros do sul, de Aztlan até o Lago Texcoco (onde eles encontraram a cidade) guerreiros estelares do norte, chamados de Mimixcoas, desceram dos céus. “Ambos os mitos incluem o conceito de uma guerra estelar, na qual o deus da guerra Huitzilopochtli derrota os 400 guerreiros do sul e Coyolxauhqui; uma guerra que deixou como resultado a lua e as estrelas,” disse o porta voz do INAH.

Uma das placas de pedra mostra um guerreiro estelar carregando seu chimalli (escudo) em uma mão e na outra uma arma que atira dardos, a mesma que Huitzilopochtli usou para conquistar Coyolxauhqui. Outra placa mostra um guerreiro capturado ajoelhado e suas mãos atadas em suas costas. Um exame mais minucioso mostra uma lágrima caindo de seu olho. Outra escultura pré-colombiana mostra o perfil de um homem decapitado usando um cocar elaborado.

Os aztecas construíram um grande templo na Pirâmide de Tenochtitlan em sua honra e é dito que nas cerimônias da conclusão da obra mais de 20.000 sacrifícios humanos foram oferecidos em quatro dias de celebração. As cabeças das vítimas foram amarradas como troféus em uma ‘grande prateleira’ chamada Tzompantli, na vila abaixo do templo.
Fonte: www.filosofiaimortal.blospot.com.br

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NIETZSCHE

Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um dos principais filósofos do século XIX. Todo o seu pensamento exerceu forte influência sobre a literatura, psicanálise, estética, filosofia, reflexão moral, política e filosofia da religião.

BIOGRAFIA

Friedrich Wilhelm Nietzsche, nasceu em 15 de outubro de 1844, na cidade de Rocken, nas proximidades de Lutzen (Saxônia). Nietzsche inicia sua informação universitária na Universidade de Bonn, em filologia clássica, tendo como professor Friedrich Ritschl. Sofre influências deste professor, tendo início aí sua liberdade de olhar para a realidade, percebendo a seriedade nas coisas do dia-a-dia, distinguindo o real do irreal, adquirindo paciência frente suas buscas na vida. Advém daí também, o aprendizado essencial do estudioso, que é a paixão que o move e o torna íntegro intelectualmente. É indicado por Ritschl para lecionar na Universidade da Basiléia, sem haver concluído seus estudos. Diante desta indicação, Nietzsche recebe o título de Doutor pela Universidade de Lerpzing sem haver realizado exames. Este filósofo participou da Guerra Franco-Prussiana como enfermeiro voluntário (agosto a outubro de 1870). Herda, desta época, uma série de enfermidades que o acompanharão até o final de sua vida. Em 3 de janeiro de 1900 Nietzsche enlouquece e caí pelas ruas de Turim, iniciando aí um momento trágico em sua vida. Foi internado na Basiléia onde foi diagnosticado "paralisia progressiva". Nietzsche passou a assinar "O Crucificado", "Dionísio". Provavelmente de origem sifilítica, a moléstia progrediu até a apatia e agonia. Passou a ser cuidado inicialmente por sua mãe que vem a falecer, e posteriormente por sua irmã. Faleceu em 25 de agosto de 1900, em Weimar.

IDÉIAS

Sua vida foi marcada por episódios de profunda solidão, euforia e depressão. Além de filologia, Nietzsche estudou também filosofia e teologia. Foi leitor de Schiller, Fichte, Holderlin, Byron, Platão, Ésquilo, entre outros. Leu também Dostoievski. Identificava-se com a música do compositor Wagner e sentiu-se atraído pelo ateísmo de Schopenhauer. Criticava Sócrates por considerar sua influência racionalista, "decadente". Acreditava que com Sócrates, a Grécia antiga e a sua força criadora tiveram seu fim. Interpreta as obras de Wagner como o renascimento da grande arte grega, mas muda de opinião ao identificar neste compositor influências pessimistas de Schopenhauer e, assim, rompe com os dois. O conteúdo da filosofia de Nietzsche vem de sua própria contemplação do mundo, combinado com o método filológico e não da leitura e estudo de obras de outros filósofos. Filosofia, para este pensador, é uma questão de máxima seriedade, não sendo concebida como uma aquisição intelectual, e sim como uma visão de como o homem deve viver. A filosofia é capaz de determinar a natureza do mundo experimental e dos padrões relativos a racionalidade, que constituem e regulam a existência humana. Seu pensamento, orienta-se para a investigação empírica da existência humana. Concebe que o homem é estranho a ele mesmo e sua tarefa é de alcançar sua verdadeira existência, não deixando que ela resuma-se à um simples acontecimento insignificante. A filosofia de Nietzsche propõe uma inversão das idéias filosóficas e dos valores morais tradicionais. Procura criar um espaço ilimitado através do levantamento de questões críticas diante do que já está estabelecido. Para ele, não há verdade a respeito das coisas, somente diferentes interpretações possíveis da realidade, e por isso tudo passa a ser possível. Cabe a cada um dos homens interpretar estas sugestões de interpretações. Nietzsche considera o homem do destino como aquele que é capaz de contradizer o que está estabelecido, e através desta atitude acredita ter algo de novo a anunciar: contradiz o positivismo e sua crença no fato; contradiz os idealistas e historicistas; contradiz o espiritualismo e proclama a morte de Deus; contradiz a moral dos escravos e exalta a moral dos aristocratas; etc. A auto-contradição tem um papel importante para ele, pois para cada afirmação que faz, afirma também o seu contrário. Considera que a verdade das coisas está presente nas questões que dirigem-se à elas e não nas afirmações que se possa fazer a respeito delas. Isto aponta sua paixão pela aventura, pela incerteza e pelas coisas que ainda não foram descobertas, identificadas. Nietzsche define o niilismo da seguinte forma: "a conseqüência necessária do cristianismo, da moral e do conceito de verdade da filosofia." Através desta definição, Nietzsche usa o niilismo para qualificar sua oposição aos valores morais tradicionais e as tradicionais crenças metafísicas. Disto surge a idéia da "morte de Deus". Para o autor, Deus não passa de uma conjectura, e por assim ser o homem não pode vê-lo, ouvi-lo, etc. O Deus cristão, é para Nietzsche, um Deus que parece diminuir o valor e o significado do homem, desvaloriza o mundo e a vida na Terra em nome de sua própria glória. Este pensador questiona se é possível que haja valores universalmente válidos e uma vida significativa em um mundo sem Deus. Ao final, Nietzsche encontra no homem a fonte de seus próprios valores, sendo ela a medida de todas as coisas, surgindo assim a noção de "super-homem". Este ama a vida, cria o sentido da Terra, pois possuí a vontade de potência. O autor acaba por superar o niilismo ao desligar-se da idéia de que a existência seria uma fonte de sofrimento para o homem, como queria o cristianismo. Através do uso de aforismos e de poemas, Nietzsche trouxe grande contribuição à filosofia moderna. Seu aforismo é a possibilidade de existirem ao mesmo tempo a interpretação de algo e o que está sendo interpretado. O poema é ao mesmo tempo a possibilidade de avaliar algo e a própria coisa a ser avaliada. O autor considera que o filósofo deveria ser possuidor destas duas formas de expressão.

Suas principais obras são: "O Nascimento da Tragédia" (1872); "Considerações Inatuais" (1873-1876); "Humano demasiado Humano" (1878 - refere-se ao rompimento com Wagner e seu distanciamento de Schopenhauer); "Aurora" (1881 - onde aparecem teses fundamentais de seu pensamento); "Gaia Ciência" (1882 - promete um novo destino para a humanidade); "Assim falou Zaratustra" (1883); "Além do Bem e do Mal" (1886); "A Genealogia da Moral" (1887); e em 1888: "O Caso Wagner"; "O Crepúsculo dos Ídolos"; "O Anticristo"; "Ecco Homo"; "Nietzsche contra Wagner" e sua última obra inconclusa "Vontade de Poder".

PENSAMENTOS DE NIETZSCHE

"Se não queres cansar os olhos e os sentidos, segue o sol pela sombra!"

"Não suporto as almas estreitas: não têm nada de bom, tampouco nada de mau."

"Não te enchas de ar: a menor picadela te esvaziaria."

"Não fiques em terreno plano. / Não subas muito alto. / O mais belo olharsobre o mundo / Está a meia altura".

"Como é que se deve subir a encosta? Simplesmente sobe e não penses nisso!"

"Graças à música as paixões encontram gozo em si mesmas."

"Agrado-te, os meus discursos atraem-te, / Queres seguir-me, seguir os meus passos? / Segue-te fielmente a ti mesmo: / Assim me seguirás... com suavidade, com suavidade!"

"Acabamos por amar nosso próprio desejo, em lugar do objeto desejado."

"A mulher aprende a odiar à medida que desaprende a fascinar."

"Não olhe muito tempo pra dentro do abismo, que o abismo começa a olhar dentro de você."

"Desejas predispor alguém a teu favor? Finge-te embaraçado diante dele."

"É à glória que aspiras? / Neste caso consideres esta lição: / Renuncia a tempo e espontaneamente / Á honra!"

"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo."

"É necessária a ferrugem: não basta ser afiado! / Senão dizem sempre de ti:'És muito novo!'"

"Na vingança e no amor a mulher é mais cruel que o homem."

"Falar muito de si mesmo pode ser também um modo de se esconder."

"Sentir piedade de um ser humano, é conduzi-lo a destruição."

"No elogio há muito maior indiscrição que na censura."

"As mesmas paixões no homem e na mulher são diferentes em seu andamento e é por isso que o homem e a mulher jamais deixam de se desentender."

"A maturidade do homem consiste em ter reencontrado a seriedade que emcriança se colocava nos jogos.""Não a potência, mas a duração de um sentimento elevado forma os homenssuperiores."

"O cristianismo perverteu a Eros, este não morreu, mas degenerou-se,tornou-se um vicio."

"O que é bom? Tudo que eleve no homem o sentimento de potência, a vontade de potência, a própria potência."

"Quando a virtude dorme, se levanta mais fresca."

"Só aquele que possui uma fé profunda pode se dar ao luxo do ceticismo."

"Nós precisaríamos ser como os físicos para sermos criativos, uma vez quetodo o código de valores e os ideais existentes até agora foram criados ignorando as leis da Física."

"A potência intelectual de um homem se mede pela dose de humor que ele écapaz de usar."

"Todos os esgotados amaldiçoam o sol; para eles, o valor das árvores está...na sombra!"

"A decisão cristã de considerar o mundo feio e mau transformou o mundo emfeio e mau".

"Com uma voz deveras forte na garganta, somos quase incapazes de pensarcoisas sutis".

"Buda falou: "Não lisonjeies o teu benfeitor". Repetir estas palavras em uma igreja cristã, limpa imediatamente o ar de tudo o que é cristão".

"Áspero e suave, grosseiro e fino, / Familiar e estranho, impuro e puro, /Lugar de encontro dos loucos e dos sábios. / Tudo isso sou, tudo isso quero ser, / Ao mesmo tempo pomba, serpente e porco".

"Falando francamente, por vezes é necessário irritarmo-nos para que ascoisas corram bem".

"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo".

"Viver quer dizer ser cruel e implacável contra tudo o que em nós se tornafraco e velho"

"Mentimos com a boca, mas os gestos denunciam a verdade".

"O mais valoroso dentre todos nós raras vezes tem o valor de afirmar tudo o que sabe".

"Somos muito injustos com Deus. Não Lhe permitimos nem pecar".

"A mulher foi o segundo erro de Deus".

"Quanto mais inteligente a mulher, tanto mais se afasta o homem".

"Não dou esmolas; para isso não sou bastante pobre".

"A felicidade é mulher".

"O que maior punição nos atrai são as nossas virtudes".

"Em geral, as mães, mais que amar os filhos, amam-se nos filhos".

"Nunca odiamos aos que desprezamos. Odiamos aos que nos parecem iguais ou superiores a nós".

"A profissão é a espinha dorsal da vida".

"Há sempre algo de demência no amor. Mas também na demência há algo de razão".

"Não é a força do sentimento elevado, é a sua duração que faz os homens superiores".

"Abençoados os que têm sono, pois não tardarão em dormir".

"Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade".

"Toda virtude tem seus privilégios: por exemplo, o de levar seu próprio feixezinho de lenha para a fogueira do condenado".

"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".

"Não pretendo ser feliz, mas verdadeiro".

"Uma sociedade onde a corrupção se instala é acusada de abandono, de fato o prestígio da guerra e do entusiasmo marcial sofrem baixa visível; aspira-seaos prazeres da existência com tanto ardor quanto aqueles antigamente postoem conquistar honras militares.Mas os observadores talvez tenham negligenciado o fato dessa antiga energia,antiga paixão pela nação, que a guerra e torneios punham em tão pomposaevidência, transformou-se numa infinidade de paixões privadas e limitou-se ase tornar menos visível, que digo eu? É até provável que no estado de 'corrupção' sejam dispendidas uma força, umaviolência energética muito maiores que nunca pela nação e que o indivíduo desperdice essa energia com muito maior prodigalidade do que podia fazer anteriormente, quando não tinha suficiente riqueza! Precisamente nas épocas de 'abandono' é que, portanto, a tragédia corre as ruas e as coisas, que se vê nascer o grande amor, o grande ódio e a chama do acontecimento esbraseia no céu".

"Rir é ser malicioso com boa consciência".

"Entre os ricos a liberdade é uma espécie de timidez".

"Hoje é pobre, mas não porque lhe tenham tirado tudo, sim pela recusa de tudo. Que lhe importa?! Está habituado a encontrar. Os pobres compreendem mal sua voluntária pobreza".

"Nossos pensamentos são as sombras de nossos sentimentos - sempre maisobscuros, mais vazios, mais simples que estes".

"Quando o reconhecimento de um grande número por um único repele qualquer espécie de pudor, a glória começa a nascer".

"É necessário saber dissimular com as pessoas que têm vergonha de seus sentimentos; concebem um ódio repentino pela pessoa que as apanha emflagrante delito de ternura, de entusiasmo ou de nobreza como se seusantuário secreto tivesse sido violado. Se quereis ser-lhes benéficos nesse momento, fazei-as rir ou tratai de lhessugerir, brincando, alguma fria maldade: seu humor gela e dominam-se".

"Qualquer grande homem possui força retroativa: força a reconsideração da totalidade da história; milhares de segredos do passado saem de seus esconderijos para se iluminarem à sua luz. Ninguém pode prever o que acontecerá a história. Essencialmente, o passado talvez ainda continue por ser explorado! Necessitamos ainda tantas forças retroativas!"

"O amor perdoa mesmo o desejo do ser amado".

"As explicações místicas são consideradas profundas. Na verdade falta-lhes ainda muito para que sejam superficiais".

"Quem possui até o presente a eloquência mais convincente? O rufar do tambor, enquanto os reis o tiverem sob o poder serão os melhores agitadores populares".

"A maneira mais pérfida de prejudicar uma causa é defendê-la intencionalmente com más razões".

"É um pensador: isto quer dizer que se empenha em tomar as coisas com maior
simplicidade que realmente contém".

"Nenhum vencedor acredita no acaso".

"O que nós fazemos nunca é compreendido, apenas louvado ou condenado".

"Quando amamos, queremos que nossos defeitos permaneçam ocultos, não porvaidade, mas porque o objeto amado não deve sofrer. Sim, aquele que ama desejaria aparecer como um deus, e isto não por vaidade".

"Já dei tudo. Nada me resta de tudo quanto tive, exceto tu, esperança!"

"Eu também quero a volta à natureza. Mas essa volta não significa ir para tráz, e sim para a frente".

"Não existe, na realidade, entre a religião e a ciência nem parentesco, nem amizade, nem inimizade: elas vivem em esferas diferentes".

"A vaidade alheia só nos é antipática quando vai de encontro a nossa".

"Aforismo e sentença são formas eternas. Orgulho-me de dizer em dez palavras o que outros dizem em vários volumes".

"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez".

"A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo".

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras"

"É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação".

"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte".

"Para a maioria, quão pequena é a porção de prazer que basta para fazer a vida agradável!"

"Se uma mulher tem inclinações eruditas é porque, em geral, há algo de errado na sua sexualidade. A esterilidade predispõe a uma certa masculinidade do gosto; é que o homem, com vossa licença, é de fato «o animal estéril»".

"Os grandes intelectuais são céticos".

"A objeção, o desvio, a desconfiança alegre, a vontade de troçar são sinais de saúde: tudo o que é absoluto pertence à patologia".

"O homem é definido como um ser que evolui, como o animal imaturo por excelência".

"O ser refutável não é o menor dos encantos de uma teoria".

"Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho".

"A vontade é impotente perante o que está para trás dela. Não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade".

"Logo que, numa inovação, nos mostram alguma coisa de antigo, ficamos sossegados".

"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal".

"A vontade se superar um afeto não é, em última análise, senão vontade de um outro ou de vários outros afetos".

"Temos a arte para não morrer da verdade".

"Torna-te aquilo que és".

"A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade".

"Os homens graves e melancólicos ficam mais leves graças ao que torna os outros pesados, o ódio e o amor, e assim surgem de vez em quando à sua superfície".

"No matrimónio existem apenas obrigações e alguns direitos".

"Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo".

"Quem, em prol da sua boa reputação, não se sacrificou já uma vez - a si próprio?"

"É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado". 
Fonte: www.o-filosofos.blogspot.com.br

sábado, 1 de dezembro de 2012

Zumbi dos celulares


 
 O mito da caverna começa a pegar uma nova roupagem tecnológica com a chegada massiva dos celulares a população, podemos notar que as figuras da realidade estampadas na parede da caverna através da fogueira tem agora seu lugar fixo nas telas dos celulares, adolescente presos a uma tela pequena agindo como zumbi dos celulares vagando pelas ruas no melhor estilos dos filmes B desses personagens. 
 Repassando para ela sua realidade e deixando de notar a vida, que é claro muito melhor na tela que mostra seu mundo perfeitinho, uma fuga da realidade que deveria ser passageira está se tornando um vício como as drogas, e começa cada vez mais cedo crianças de 5 anos, já tem suas sombras da realidade em mãos, o olhar entre namorados está sendo trocado por visualizações duplas de celulares estaremos chegando na época da união homem e máquina?
Autor: Alex Cunha Paiva

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O contrato social

 
 Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje. Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o corromperia. Da mesma forma, o homem nasceria livre, mas por toda parte se encontraria acorrentado por fatores como sua própria vaidade, fruto da corrupção do coração. O indivíduo se tornaria escravo de suas necessidades e daqueles que o rodeiam, o que em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com o mundo das aparências, do orgulho, da busca por reconhecimento e status. Mesmo assim, acreditava que seria possível se pensar numa sociedade ideal, tendo assim sua ideologia refletida na concepção da Revolução Francesa ao final do século XVIII.
A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva.
Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum.
Este pensador acreditava que seria preciso instituir a justiça e a paz para submeter igualmente o poderoso e o fraco, buscando a concórdia eterna entre as pessoas que viviam em sociedade. Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a propriedade privada seria a origem da desigualdade entre os homens, sendo que alguns teriam usurpado outros. A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da sociedade civil. O homem começa a ter uma preocupação com a aparência. Na vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas distintas. Por isso, para Rousseau, o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade natural e da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra. Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o momento em que um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se percebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário” (WEFFORT, 2001, p. 207).
Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se escreve para si mesmo seria um ato de liberdade.
Dessa maneira, tratar-se-ia de um pacto legítimo pautado na alienação total da vontade particular como condição de igualdade entre todos. Logo, a soberania do povo seria condição para sua libertação. Assim, soberano seria o povo e não o rei (este apenas funcionário do povo), fato que colocaria Rousseau numa posição contrária ao Poder Absolutista vigente na Europa de seu tempo. Ele fala da validade do papel do Estado, mas passa a apontar também possíveis riscos da sua instituição. O pensador avaliava que da mesma forma como um indivíduo poderia tentar fazer prevalecer sua vontade sobre a vontade coletiva, assim também o Estado poderia subjugar a vontade geral. Dessa forma, se o Estado tinha sua importância, ele não seria soberano por si só, mas suas ações deveriam ser dadas em nome da soberania do povo, fato que sugere uma valorização da democracia no pensamento de Rousseau.
Fonte: www.brasilescolacom.br

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Lévinas - o filósofo da alteridade


 

Sua vida teve começo na Lituânia, em Kaunas, janeiro de 1906. Herdeiro de uma cultura judaica cresceu em um ambiente em que as vozes soavam russo e hebraico, idiomas falados e estudados em sua casa. Aos nove anos de idade Lévinas sua infância recebia de seu pai, um livreiro, a influencia pelos livros. Foi quando, nesta época, os judeus foram expulsos da Lituânia e sua família foi obrigada a emigrar para a Ucrânia, onde Lévinas fez o curso secundário. Somente em 1929, aos vinte e três anos é que a família volta para Lituânia, porém o filósofo logo resolve morar sozinho, matriculando-se na Universidade de Estrasburgo.
Sua vida intelectual começa por curto período quando se torna seguidor da filosofia do processo de Henry Bérgson, seguido pela escola da fenomenologia de Edmund Husserl, ali estudo de 1928 a 1929, quando encontra Martin Heidegger. Porém, o filósofo segue para França a fim de completar sua primeira obra, A TEORIA DA INTUIÇÃO NA FENOMENOLOGIA DE HUSSERL, onde retém os princípios do método fenomenológico, que são, eminentemente primeiro, uma descrição dos atos do espírito, de sua intencionalidade e de suas afeições (de sua sensibilidade); segundo, uma reflexão a partir do indivíduo. É a partir dessas posições que emerge uma concepção particular de ética, compreendida como o permanente reconhecimento do outro. Também trabalha na tradução MEDITAÇÕES CARTESIANAS. No entanto mantinha distância das interpretações radicais dos textos fenomenológicos.
Nesse período, na França, ensinando na Aliança Israelita Universal, casa-se e nos anos que se seguem teve dois filhos. Conhece o existencialismo religioso de Gabriel Marcel. Surge no meio político o movimento Socialista Nacional, fato que o deixa transtornado, mas o fato que o entristece é o apoio ideológico que Martin Heidegger deu ao partido nazista. Neste momento, Lévinas publica seu primeiro artigo, REFLEXÕES SOBRE A FILOSOFIA DO HITLERISMO na Revista Esprit (Paris, 1934).
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Lévinas faz parte do exército francês como tradutor, pois tinha fluência nas línguas russa e alemã. No entanto, é capturado por volta de 1940 pelo exército alemão, sendo levado como prisioneiro para um campo de trabalhas forçados e não para o campo de concentração por estar de uniforme francês. Sua família em Lituana foi morta ainda nos primeiros anos da guerra. Na França sua esposa e seu primeiro filho foram levados rapidamente para um mosteiro pelo amigo Maurice Blanchot. Durante este tempo escreveu EXISTENTE E EXISTENTES, onde elabora a liberdade do existente sobre o existir. Ele constrói seu pensamento a partir de uma idéia de que consciência precisa das coisas para conceber-se, e as coisas precisam da consciência para ter sentido.
Fim da guerra. Lévinas tornou-se diretor de um instituto de estudos judaicos e durante quatro anos dedicou-se ao estudo intensivo do Talmude que resultou num escrito volumoso sobre JUDEIDADE. 1961 apresenta sua obra TOTALIDADE E INFINIDADE. 1973 ocupou a cátedra de filosofia na Sorbonne, aposentando-se em 1979. Leciona depois na universidade de Paris-Sorbone (1973-1984). Lévinas morreu dia 27 de dezembro de 1995,menos de uma semana antes de seu aniversário de 90 anos. 
Fonte: www.filosofianamente.com.br

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Novelas e sua função no Brasil

 
 
 Na atual conjuntura política e social brasileira, as pessoas seguem mergulhadas inconscientemente num esquema de manipulação. Em nossa opinião, ninguém precisa radicalizar e deixar de assistir sua novela, mas assistir uma novela e deixar de assumir sua responsabilidades, abrindo mão de seu próprio raciocínio e opiniões, deixar de prestar atenção e reclamar dos absurdos e falcatruas que infestam os poderes públicos de nosso país, dando preferência para o capítulo de uma novela, isso é uma doença! É tornar-se um ser humano vítima voluntária de lavagem cerebral. É tornar-se alguém, cuja opinião não tem a menor importância, servindo apenas para realizar e se comportar de acordo com os desejos de uma minoria poderosa.
Deixe de ser um boneco nas mãos de políticos e outros poderosos e passe a exercer sua opinião, seu direito de exigir que políticos e poderosos trabalhem em prol da maioria e não apenas para seus próprios bolsos. Este é um direito que está lhe sendo usurpado diariamente e discretamente, sem que você se dê conta, através de novelas, programas de conteúdo duvidoso, como Faustão etc.
o final das contas, exerça sua opinião! Exerça e exija seus direitos! Exija que se tenha ética! Combater a libertinagem e o descaramento não é podar a liberdade, mas é separar bem liberdade do que tem sido verdadeira LIBERTINAGEM! Estão abusando de você! estão estuprando sua mente e - o pior! - com seu consentimento!
Autor: Alex Cunha Paiva

domingo, 18 de novembro de 2012

O Pensamento Político Autoritário

Depois da guerra de 1914-1918, os países que mais sofreram com aquele conflito bélico estimularam formas de pensamento que pudessem justificar o descontentamento geral. A procura do bode expiatório foi uma constante. Como esses países haviam entrado na guerra com entusiasmo exaltado, a derrota causou profunda decepção no povo, sobretudo, nos segmentos de classe média. Acostumada a uma retórica eufórica, ao gosto pelos riscos e pelos golpes, a população não se acalmou com o pós-guerra; antes, ao contrário, contribuiu para a preparação da Segunda Grande Guerra.

Empobrecidos, desmoralizados, não tardou muito o aparecimento de líderes autoritários e carismáticos, sendo os dois maiores Benito Mussolini e Adolfo HitIer e outros menores como Franco e Salazar. Porém, essa liderança não teria alcance se não tivesse encontrado respaldo político para suas idéias. Esse respaldo veio das classes médias e setores conservadores da intelectualidade.

A influência maior no pensamento autoritário veio de HegeI. Segundo esse filósofo alemão, o chefe político é ó intermediário entre a Nação e a História. O chefe é quem faz a História. Daí não foi difícil a Mussolini e a Hitler se sentirem condutores da história.

As idéias de Hobbes também contribuíram para o pensamento autoritário. Com algumas variantes, em casos particulares, são as seguintes as caraccterísticas do pensamento político autoritário:

  • condena os princípios democráticos, negando o direito de voto a todos os cidadãos; não tolera oposição ao governo;
  • apregoa a necessidade de um partido único;
  • o partido tem como norma a disciplina e a organização de tipo militar, com uniformes e atitudes;
  • insiste na idéia de grandeza nacional;
  • os homens só têm os direitos que o Estado lhes concede;
  • as mulheres não podem freqüentar diversos cursos universitários, sobretudo, Filosofia;
  • posiciona-se contra o feminismo;
  • na Alemanha, a mulher era considerada três K (Kirche, Küche und Kinder) - igreja, cozinha e criança;
  • afirmava com Nietzsche: "a mulher é um problema cuja solução é a gravidez";
  • não reconhece limite moral ou material para a autoridade do Partido;
  • não respeita direitos adquiridos;
  • não tolera liberdade de expressão, instituindo a censura;
  • institucionaliza a tortura e o racismo;
  • considera criminoso quem se opõe ao Partido;
  • aceita o terrorismo para alcançar objetivos desejados;
  • encoraja a delação e a espionagem;
  • incentiva as organizações paramilitares;
  • afirma que o corporativismo acabará com a luta de classes;
  • sustenta a intervenção do Estado na economia;
  • considera "responsáveis" os dirigentes sindicais nomeados pelo Partido.
O fascismo onde se tornou vitorioso, em geral através de golpes de Estado, aboliu as eleições. Depois do golpe conclamou o povo para apoiá-Io no poder através de plebiscito. Todas as formas de atos escusos foram utilizadas: suborno, intrigas, conspirações secretas e manobras de todos os tipos.
 
Algumas doutrinas autoritárias
 
Facismo

O principal teórico do fascismo italiano foi Giovanni Gentile (187551944). Sua obra Os Fundamentos da Filosofia do Direito, 1916, foi inspirada na idéia do Estado de HegeI. Esta obra serviu para justificar o ordenamento do Estado Italiano.
Para Gentile, o Estado é o responsável pela criação do direito e da moral.

Assim concebido, o Estado abole a doutrina dos direitos do homem e do direito natural. Na doutrina fascista o Direito do homem é aquele que o Estado lhe confere.

Outro influente fascista foi Georges Sorel, sindicalista transformado em "intelectual". Foi ele quem elaborou a doutrina sindical fascista.

Sorel tentou unificar o interesse público e o interesse privado, fazendo apologias da violência, que segundo ele, provocaria a solidariedade entre os operários. Em 1906 publicou Reflexões sobre a Violência. Não era italiano, mas normando. Mussolini o citava em toda oportunidade.

Politicamente, o fascismo italiano não tinha uma unidade doutrinária, política e programática. O próprio Benito Mussolini achava desnecessária uma doutrina unitária, porquanto o fascismo era entendido como um movimento. A afirmação do Duce é sintomática: "nós não acreditamos em programas dogmáticos ( ... ). Nós nos permitimos o luxo de ser aristocráticos e democráticos, conservadores e progressistas, reacionários e revolucionários, legalistas e não-legalistas, de acordo com as circunstâncias do momento, do lugar e do ambiente".

Nazismo

A filosofia política do nazismo recebeu contribuição teórica de diferentes matizes. Juridicamente, Julius Binder e KarI Larenz, influenciados pela compreensão hegeliana de Estado como espírito absoluto, deram garantias institucionais ao autoritarismo alemão. Julius Binder escreveu Filosofia do Direito e Sistema da Filosofia de Direito.

Forneceram também subsídios à doutrina nazista: Ernst Maritz Arndt (1769-1860); Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852); Houston Stewart ChammberIain (1855-1927). Este último, no livro Os Fundamentos do Século XX, divulgou o ideário racista segundo o qual o homem nórdico é o ariano puro. Dietrich Eckart (1868-1923), Alfred Rosenberg (1893-1946), Joseph Gorbbbelo, foram os principais teóricos atuantes do nazismo.

Esses intelectuais, além de suas atividades normais, escreviam panfletos, planejavam espetáculos propagandísticos, além de elaborar slogans e palavras de ordem.

Colaborou, também, na elaboração da doutrina nazista, a Filosofia de Nietzsche com sua glorificação do super-homem. Diz-se atualmente que a Filosofia de Nietzsche não teve qualquer influência no nazismo. Suas obras, entretanto, muito divulgadas e lidas, nunca tiveram o crivo da censura, nem foram queimadas em imensas fogueiras como aconteceu com as obras de Thomas Mann, Freud, Einstein, Zola, Gide, HelenKelIer, Erick Maria Remarque, Proust, Opton Sinchair, H. G. WeIls, Stefan Sweig e tantos outros.

A música de Wagner destacava a mística do herói germânico ao gosto do repertório nazista.

O livro A Decadência do Ocidente, de Oswald Spengler (4.a ed. 1934), publicado em 1918, teve milhares de exemplares vendidos. Livro de fácil leitura, nele o autor associa fatos históricos com doutrinas filosóficas, procurando mostrar que toda cultura tem fases que vão da infância à velhice. A Filosofia de Nietzsche e a poesia de Goethe foram os modelos de Spengler. Para o autor do livro, a época em que escrevia correspondia à decadência.

Dois filósofos foram acusados de não terem compreendido o nazismo nem a Filosofia que o antecedeu. São eles Gyorgy Luckács (1885-1971) e George Santayana (1863-1953).

Luckács, no seu livro Die Zerstorung der Vernunft, afirma que há uma evolução linear nas idéias que conduziram ao fascismo e ao nazismo. Para Luckács foi o nacionalismo alemão responsável por aquelas doutrinas autoritárias. Os filósofos apontados como inspiradores são: Schelling, Schopenhauer, Kierkegaard, Dilthey, Simmel, Spengler, ScheIler, Heidegger, Jaspers, KIages, Max Weber, Mannheim e Rosenberg.

O filósofo tomista norte-americano, Santayana, no seu livro O Egotismo na Filosofia Alemã (1942), atribui às idéias de Goethe, Kant, Fichte, Nietzsche e Schopenhauer a responsabilidade da aventura militar prussiana da Primeira Guerra Mundial.
 
O intelectual e o Pensamento Político Autoritário
 
As forças econômicas, sociais e políticas, representadas nas atividades dos intelectuais (juristas, economistas, etc.), podem contribuir para a manutenção de uma política autoritária, conforme a visão de Karl Mannheim.

"Sempre que a concentração de poder se torna excessiva, transforma-se em convite à tirania nas situações críticas. O poder tem suas metamorfoses. As vezes, apresenta-se desnudo, mas geralmente se disfarça em poder econômico ou administrativo, de propaganda ou de educação. Isto nos permite compreender que a vigilância democrática exige que, seja qual for a forma como se nos apresenta o poder, o povo se dê conta da sua onipresença e dos seus perigos potenciais.

Um dos mais perigosos abusos de poder consiste em insuflar o medo, procurando provocar o pânico para aproveitar-se da confusão. Por exemplo: os banqueiros e os magnatas das finanças, quando desconfiam de um governo que não lhes agrada, instigam, às vezes, uma perda geral de confiança, daí resultando uma fuga de capitais. Mesmo sem levar em conta as origens e as formas dessas influências, que solapam a liberdade democrática, é necessário que sejam combatidas com medidas adequadas. Poder-se-á objetar que essas medidas provocarão uma arregimentação indesejável e o fim da sociedade 'livre'. Podemos apenas replicar que nenhuma limitação deve ser imposta às medidas que visem a salvaguardar a base estrutural da liberdade e da democracia. Ademais, democracia não significa que devam ser tratados da mesma maneira os seus amigos e inimigos, nem signfica incapacidade de distinguir entre os controles destinados a combater a tirania ou a favorecê-Ia. Dizer que os controles são sempre prejudiciais à liberdade é criar confusões. Temos que fazer distinção entre controles benéficos e maléficos, e proporcionar medidas de proteção contra os segundos em forma democrática. Numa sociedade em que os órgãos da opinião pública estão à disposição de todos, com freqüência é suficiente a denúncia pública do perigo para conjurá-Ia. A sabotagem representada pela evasão de capitais pode ser contrabalançada por uma opinião pública bem informada e alertada. Não há limites à inventiva no campo dos controles democráticos, em contraste com os métodos brutais dos Estados policiais." (Karl Mannheim. Liberdade, Poder e Planificação. Mestre Jou. São Paulo, pp. 159-160.)

Henrique Nielsen Neto
Capítulo 7 do Livro FILOSOFIA BÁSICA (Parte Inicial)
ATUAL EDITÔRA LTDA - 2ª Edição - São Paulo - 1985