Filosofia Circular

quinta-feira, 16 de maio de 2013

a filosofia ubuntu



Um antropólogo estava estudando os usos e costumes de uma tribo na África e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo,  então, propôs uma brincadeira para as crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, colocou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e deixou o cesto debaixo de uma árvore. Chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto e, a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.

O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam: "Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

Ele ficou de cara! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa: "sou o que sou pelo que NÓS SOMOS !"

Atente para o detalhe: pelo que SOMOS, não pelo que temos...

Fonte: wwwespacoubuntu.com.br

segunda-feira, 13 de maio de 2013

NIETZSCHE E ZARATUSTRA





Nietzsche, no auge de sua solidão resolve escrever ironizando a religião, suas regras, seus dogmas, mas ele não somente critica o sistema religioso, como a crença, a própria fé com o argumento de que aquela infantiliza e torna o homem servil. Seu tom crítico e ácido afastou as pessoas de si, não havendo quem quisesse publicar seu livro que foi escrito durante o período de um ano. Em 1885 ele terminou os escritos e pagou do seu próprio bolso para publicar uma tiragem de quarenta livros. Os críticos insinuam que Nietzsche se viu solitário porque suas idéias eram adiante do seu tempo. Fico meditando se seria realmente esse o motivo. 

Ora, o grande objetivo de Nietzsche na maioria dos seus escritos era eliminar a ideia de Deus da humanidade. Matar Deus, assassinar Deus, segundo suas próprias palavras. Ironiza no seu livro palavras do sábio Salomão, sobre sabedoria, conhecimento, tudo ser em vão. De alguma maneira, ele nos convoca a derrubar todas as tábuas de regras antigas e um novo procedimento e maneira de pensar deve ser estabelecido. Chama Deus de verdugo, ciumento, misterioso, egoísta.

 Pergunto-me se Nietzsche tivesse usado da mesma sabedoria e harmonia que John Lennon, ex  Beatle,  com a música Imagine, com a melodia é belíssima, mas cuja letra sutilmente sugere a mesma coisa que o "louco e solitário” filósofo, se ele não teria sido mais ouvido, em sua época. De certo modo, Nietzsche seria  e é ouvido hoje ao se reportar à religião como um conjunto de homens que se arvoraram o direito de saber o que é bem e mal para o homem. (p.153) Para ele, só o criador, e veja bem, o criador com letra minúscula, o próprio homem, deveria criar o bem e o mal de todas as coisas. Por isso, Zaratustra ordena ao homem que derrube "as suas antigas cátedras, e onde quer que exista essa estranha presunção, mandei-os rir dos seus grandes mestres de virtude, dos seus santos, dos seus poetas e dos seus salvadores do mundo.” (p.153).

Nietzsche estaria inaugurando o Humanismo, onde o Homem é o centro de tudo quando apregoa o Super-Homem? O Homem sendo o criador de si mesmo, de suas regras, de seus valores? Sem a intermediação da religião? Nietzsche apregoa uma liberdade de pensamento. Contudo, que liberdade ele teria? Será que muito do que escreveu nesse livro não estava em delírio? Os teóricos, filósofos, e críticos literários  tentam em vão decifrar cada parágrafo de Assim Falou Zaratustra, ou os outros escritos. Alguns levaram dez dias somente para ser escritos. À primeira vista, os escritos parecem ser palavras jogadas ao ermo por uma mente perturbada e embaralhada. Quanta confusão, quanta revolta, quanta solidão, quanta tristeza, e pasmem, quanto julgamento de valores.

Entendo que ele viveu em uma época onde a religião oprimia, pergunto-me se hoje não vivemos o mesmo tipo de religião... No livro Piedade Pervertida, (2006) Ricardo Gouvêa denuncia o fundamentalismo que rotula de hereges presos que não pensem dentro dos seus dogmas e sistema. Talvez uma espécie de Nietzsche crédulo em Deus. As revoltas do filósofo encontram eco no sistema de sua época. Contudo, não se sabe se ele realmente não tolerava a idéia de Deus porque a religião vigente passava uma idéia deformada desse Deus? Ou ele realmente se revoltara contra Deus, ponto final. Nietzsche contradiz alguns princípios tidos cristãos, tais como bondade, generosidade, humildade, compaixão, e em certo sentido ele na pessoa de Zaratustra apregoa o contrário. Odiar mesmo os inimigos (soa bom), ser forte mesmo, revidar, não perdoar. Interessante, os que se denominam cristãos não já fazem isso mesmo? Leem que devem amar, perdoar, ter compaixão, mas fazem o contrário? Cito Ricardo Gouvêa: 

"Os fundamentalistas, no entanto, são capazes de perseguir, ostracizar, difamar e "fritar" as pessoas em nome de sua suposta pureza doutrinária que nada mais é que uma forma de idolatria. Coam um mosquito e engolem um camelo. " (p.45)

Quando Gouvêa (2006) denuncia o sistema dogmático, legalista das igrejas, não estaria ele também, de uma maneira mais racional e dócil corroborando com Zaratustra? 

"O legalismo pentecostal em que o evangelho da graça soçobra num emaranhado de regras de conduta. Legalismo que tem levado os membros das igrejas pentecostais aos manicômios e os pastores pentecostais ao suicídio. O legalismo, esse cartesianismo da piedade, que pensa poder construir um povo genuinamente cristão por meio de imposições e controle dos costumes. (...) O sensorialismo, muitos pentecostais que se desviaram da genuína intimidade com Deus que se dá por meio da união mística com Cristo, da percepção da transcendência e da imanência divinas e do engajamento na missão de Deus no mundo, e partiram para a busca louca de experiências sensórias que lhes dêem garantias da presença e da ação de Deus. O sensorialismo, essa mula-sem-cabeça da espiritualidade cristã contemporânea, tem como graves conseqüências o abrir as portas para o mais descarado charlatanismo, o levar muitas comunidades ao caos das manifestações sobrenaturais, e finalmente à ridicularização da ação miraculosa de Deus entre os homens, transformando tantas igrejas em tendas de milagres similares às dos cultos africanos, fazendo um pasquim dos grandes milagres de Deus na História tornando-os tão comuns e naturais como um show de televisão que se repete a cada semana, tornando os milagres de Jesus comuns e naturais, vulgares como um comentário passageiro numa conversa fortuita.” (p.57)

Denúncias, denúncias, denúncias. Fala-se sempre em última análise, e resumindo: precisamos amar. O que significa amar no nosso linguajar moderno?

Segundo Gouvêa:

 "amor significa solidariedadesolidariedadeininterrupta." (p.58)

A isso, Nietzsche se opõe, mas será que a oposição dele à ajuda ao próximo e à  compaixão não seria um sarcasmo? Por saber que realmente o sujeito religioso prega algo que nem sabe e nem consegue praticar?

Deixo a vocês os questionamentos e a busca pelas respostas...

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O passado e o futuro da filosofia



Ao longo dos seus 25 séculos de existência a filosofia tem sido muita coisa, desde ciência mal praticada até pura superstição religiosa. Mas, se pensarmos bem, também a ciência e a arte têm sido muita coisa ao longo da história. Newton, por exemplo, é uma das maiores figuras de sempre da ciência; todavia, era uma pessoa supersticiosa, que desenvolvia pseudo-investigações em alquimia, que ele considerava muito superior à física. Quer a ciência quer a filosofia têm de olhar para os seus passados respectivos com um olhar crítico e aproveitar o bom e excluir o mau.
Os séculos XIX e XX representam para a filosofia o que os séculos XVII e XVIII representaram para a ciência. Durante séculos, a ciência não se distinguia claramente da crendice, do ocultismo, e dos jogos de palavras. Faltava-lhe uma visão clara da sua própria natureza e dos métodos de investigação fidedignos. Isso foi conquistado a pouco e pouco, e todos nós conhecemos os heróis dessa revolução: pessoas como Galileu ou Newton.
O mesmo acontece nos séculos XIX e XX na filosofia. Russell e Moore foram responsáveis, juntamente com o Círculo de Viena, pelo princípio de uma revolução que devolveu à filosofia a sua natureza própria — que antes esteve enredada em jogos de palavras e numa falta gritante de um método fidedigno. Tal como Galileu deitou mão do telescópio e abandonou a autoridade da Bíblia e de Aristóteles, assim também Russell e o Círculo de Viena deitaram mão da lógica e abandonaram a autoridade dos jogos de palavras e da confusão mental.
A nova ciência reconquistou a sua verdadeira natureza, procurando o melhor que ela própria tinha produzido na sua história, e avançando na mesma direcção mas agora com novos instrumentos. O mesmo fez a filosofia. É por isso que hoje se pode falar de progresso em filosofia, apesar de não se tratar de progresso no mesmo sentido em que há progresso em ciência. Mas hoje compreendemos muito melhor a natureza dos problemas da filosofia que os grandes filósofos do passado tentaram, heroicamente, resolver. E temos hoje instrumentos que nos permitem enfrentar esses problemas como nunca antes foi possível.
Infelizmente, a revolução filosófica tarda a chegar ao Brasil, tal como a revolução científica tardou também. Mas acabará por chegar, e a filosofia baseada em jogos de palavras acabará por desaparecer, transformando-se numa curiosidade popular, como é hoje a astrologia e a alquimia, que não têm obviamente lugar nas universidades nem no ensino secundário.

domingo, 5 de maio de 2013

Filosofia Hippie




No início dos anos 60 os jovens já possuíam uma educação liberal, que estimulava a capacidade de expressão de cada um, tornando-os mais críticos e contestadores a respeito da poluição atmosférica, pobreza, racismo, a sociedade toda voltada para o consumo e valores estéticos, além das guerras.
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Desde então existem movimentos formados por jovens rebeldes, delinqüentes e desajustados, porém com um grande potencial criativo e com seus próprios ideais. Queriam um mundo baseado no amor, na arte e na paz. Para eles a paz é a maneira de se resolver diferenças entre povos, religiões e ideologias. E o modo de se chegar à paz é o amor e a tolerância, aceitando o outro como ele é, sem julgar a aparência. Esta é a base da filosofia dos hippies.
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E foi nos Estados Unidos que os jovens com um sentimento de insatisfação e cansados de aceitar o modo de vida da sociedade saíram pela estrada em busca de novas emoções e diferentes sensações, passaram a usar drogas e consumir álcool. Essa geração ganhou o nome de “beat” e mais tarde foram batizados de “beatniks”. O movimento hippie era a forma concreta que eles queriam, porém ainda acreditavam em seus “sonhos dourados”, eles possuíam sua própria linguagem, escreviam sem levar muito em consideração regras , usando gírias e criando termos. Nessa época surgiram muitos escritores que até hoje tem influência sobre os jovens, entre eles Jack Kerouac, que escreveu o livro "Pé na Estrada", considerado a bíblia dos beatniks, onde conta suas aventuras pelas estradas, cruzando toda a América. Os beatniks criaram seu reduto na cidade de São Francisco, no bairro de North Beach.
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Em 1967, conhecido como o ano da Flor, os hippies convocaram uma reunião (Reunião das Tribos) e mostraram a sua força, no que foi chamado de World's First Human Be-In que contou com a presença de cerca de 20 mil jovens cantando e dançando, cobertos de flores, colares e pulseiras. Em junho 100 mil hippies(não todos juntos), invadiram a cidade de São Francisco para o chamado Verão do Amor o que deu fama tanto nacional quanto internacional para a cidade como a capital mundial dos hippies, que se intitularam como “Flower children” (Filhos da flor). Porém isso causou uma grande exploração turística, que não era o fundamento dos hippies, com isso muitos deles deixaram o local e foram viver em comunidades rurais. Assim foi o início deste grupo que ainda hoje mantem sua filosofia, seus hábitos e costumes, espalhados pelo mundo todo.
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Informaçoes retiradas do site:http://br.geocities.com/mundohippie/hippies.htm